PinholeDay

O Instituto de Fotografia do Ceará - IFoto e o Projeto Serviluz Sem Fronteiras com o seu Coletivo Fotográfico Olhar Ser-Ver-Luz realiza o Pinholeday Fortaleza pelo segundo ano consecutivo, desta vez com o tema “CIDADE FUGAZ”.

O Pinhole Day é um evento de abrangência internacional, criado para promover e celebrar a fotografia pinhole. Todo ano, no último domingo de abril, milhares de pessoas se mobilizam ao redor do mundo para produzir imagens utilizando esta técnica artesanal e depois publicam o material na Internet.


Inspirada nisso, em 2008 o IFoto lançou o Pinholeday Fortaleza, para organizar e facilitar o envolvimento do público cearense nesta iniciativa.


Esse ano o Coletivo Fotográfico Olhar Ser-Ver-Luz lança o tema "CIDADE FUGAZ" para uma reflexão do Pinhole Day.


Em um tempo em que as cidades são tomadas por movimentos rápidos induzindo relações fugazes, sem espaços de intimidade, com conseqüências que conhecemos de degradação da qualidade de vida, No Bairro Serviluz, visto na sua extensão enquanto bairro, revela lugares e hábitos que nos lembram que outro modo de vida ainda é possível. Navegando ao lado do mar, adentrando caminhos às margens das grandes empresas ou caminhando por ruas e becos do bairro, podemos viajar na memória do tempo, com a sensação de pertencimento, e sentimos as nossas raízes, revivemos os nossos mitos e nossas heranças.

Com base nessa reflexão, O Coletivo Fotográfico Olhar Ser-Ver-Luz coloca no foco de suas oficinas abertas ao público participante, que o tempo de captura de cada imagem seja um momento de reflexão e comunhão por uma Cidade transcendente no tempo e no espaço e tem por objetivo estimular o desenvolvimento de ações voltadas para a arte, a educação, a cidadania, a preservação do patrimônio cultural e a economia solidária, sendo sua característica principal o forte envolvimento da comunidade.




Programação

Encontro para o bate papo em frente ao Antigo Farol às 08:30.

Oficinas de Fotografia ao ar livrer com a metodologia Olhar Ser-Ver-Lu

Exposição do Coletivo Fotográfico Olhar Ser-Ver-Luz - Foto Varal

Continuando com uma mesa redonda sobre Fotografia, Antropologia Visual e Artes Visuais.

Logo depois começa o Passeio Fotográfico pelo bairro com o Núcleo de turismo Comunitário do Serviluz.

Sede do Serviluz Sem Fronteiras:

Rua Leite Barbosa, 1042, em frente ao titanzinho.

Contatos:
Elitiel Guedes: 8747-6972
Maira: 8820-9123
Robson: 8842-1137
Alexandre: 8737-2463

Olhar Ser-Ver-Luz

"Os fotógrafos têm a mesma função dos poetas: eternizar o momento que passa.”
Mário Quintana

Coletivo - Olhar Valber

Fotógrafo: Valber





Cultura como Articuladora da Sociedade

por Elitiel de Souza Guedes
O tema proposto, sob o meu ponto de vista, coloca uma questão fundamental a todos nós. Olhar a cidade, perceber a sua diversidade cultural é construir coletivamente para que as políticas publicas representem, de fato, os anseios e desejos de futuro das comunidades. O importante é que nos preocupemos, nesse momento, com as multiplicidades das nossas cidades e com a forma pela qual a cultura pode ser uma elemento importante, não só na confirmação positiva das identidades culturais, mas também como os valores culturais podem reinventar a gestão e incluir o cidadão na vida do município por meio do trabalho, da educação, do pensar, do sonhar , do lazer e do futuro desejado.
As nossas ações necessitam trazer em seu bojo a perspectiva de transformar a cidade física e espiritualmente e, consequentemente, contribuir para a melhoria da qualidade de vida. Uma ação cultural pluralista revela os diversos atores da sociedade, e a interação com estes são fatores decisivos para a mudança da cultura política dos cidadãos, no sentido de despertar o orgulho pela localidade, de que são seus, também, os destinos da cidade. A cultura tem algo muito peculiar que é a capacidade de articulação e, ao mesmo tempo, tenciona a reflexão sobre o redirecionamento das políticas publicas, tão necessárias à superação deste mundo injusto.
O momento em que vivemos agora é importante porque a cultura da esperança ou da espera de dias melhores já se foi por terra; ninguém mais crê no futuro imediato, ninguém tem expectativas positivas quanto às políticas que aqui estão, e muito menos naquelas que avançam a linha do horizonte sem ter nenhuma conexão com o que está se fazendo no presente. O tempo é de construção de uma outra política e essa tem que ter o enraizamento no seio da sociedade e ser apropriada pela mesma. Essa crise marota faz com que o cidadão tenha um olhar no retrovisor da memória, no passado e nas lembranças. E o futuro é aquele que se leva muito tempo.
Às vezes penso nas nossas cidades e nos seus tantos problemas; sinto que não nos demos conta que esta é a hora da promoção da sua auto-descoberta, ou seja, é importante que ocorra no município uma ação multicivilizacional; este é o momento das diferenças e das afinidades passarem a se rebelar contra este estado que está a vida das pessoas. Os municípios têm que se estabelecer como uma estação planetária múltipla, onde os experimentos com a tradição local podem ser unidades que se reforçarão e despertarão o orgulho do pertencimento. Não se concebe, na maioria das vezes, olhar o município como um caldeirão das contradições sociais, econômicas, políticas e culturais. Não dá mais para governar somente para elite e virar as costas para os pobres.
É na localidade que se sabe aonde a fala e as expressões dos pobres se dão com maior visibilidade, da mesma maneira que refletem no espelho dos privilegiados o abandono do outro, e é por suas ruas e favelas que se produz um cotidiano rico em expressões culturais. É nele que se sabe onde e como a violência mora, onde a solidariedade dita vozes alternativas de como se humanizar o mundo, mas também é o lugar onde a banalização da vida é exaltada e a dor humana se faz presente, ao ser impotente para acabar com tanta a segregação e exclusão social.
A gestão dos municípios na área da cultura ainda é feita de forma míope, cujas ações estão calcadas em políticas clientelistas.
O administrador publico tem que querer resgatar o sonho do seu munícipe e incentiva-lo como seu parceiro para a efetivação das mudanças necessárias. Para isto é preciso gerir a cidade com uma outra qualificação, ou seja, exige-se uma atitude radical, aquela de fazer do município sua nação. O município é a sua representação. Só com atitudes democráticas é que se pode levar o conjunto da sociedade a pensar e agir, diferentemente, na construção de uma nova política; ser probo é importante, mas não basta. Ele tem que ser alguém que recupere o ego dos cidadãos de viverem na cidade, que crie canais de participação e decisão da comunidade local possibilitando a sua redescoberta, que aprofunde e redirecione as suas vocações e o dirija para um futuro que seja solidário. A globalização trouxe questões importantes para o mundo e todos nós somos atingidos por ela.
Não vivemos mais no mundo do choque das ideologias e sim dos choques culturais. Por isso convivemos com algumas questões que nos avivam: quem sou eu onde sou diferente do outro? Estas perguntas devem ser transferidas para nós, enquanto gestores públicos. Porque, se os municípios não estão isentos dessas questões, enquanto cidadãos, temos que refletir sobre este olhar e perguntar quem somos nós? Isto, para não sermos tragados pela lógica da globalização, que é a de fazer dos países desenvolvidos o espelho para o nosso desenvolvimento cultural, econômico e social. Essa ausência de política de cultura dos municípios tem contribuído para a disseminação do culto do individualismo e para uma cultura de mercado. Na maioria das vezes, os gestores públicos dos municípios delegam às políticas de cultura as migalhas dos governos estadual e federal, que delegou ao mercado cultural a sua regulação.
Para a nova geração, o que importa não são mais as tradições culturais que reverenciavam e distinguiam os seus pais. Hoje, as heterogeneidades da população não estão somente na restrição ao pobre e ao rico, elas estão presentes entre os pobres e os ricos; todos vivem e circulam em espaços bloqueados de códigos que desagregaram as culturas tradicionais, que proporcionaram num período de tempo expressões que identificavam a localidade, mas que hoje, com o nexo da tecnologia que promoveu a virtualidade e o choque da globalização, caminham para mudanças radicais, tanto na vida daqueles que tem a cidadania pelo consumo dos bens materiais e culturais, como daqueles que estão nas periferias da cidade. Todos constróem com incrível velocidade outras identidades, cravadas pelo preconceito, pela falta de educação, pela falta de acesso do direito aos bens da vida contemporânea.
Devemos ampliar o conteúdo dos órgãos que cuidam da cultura e mudar as estruturas que estão superadas; estas precisam se conectar com a vida das pessoas, com novas expressões culturais e serem articuladoras da sociedade para que, conjuntamente, com os diferentes e os iguais, caminhem em direção criação e reflexão de uma cidade que tenha as suas identidades referenciadas não só na literatura, na dança, na música, mas também em outras formas de criação intelectual, que sejam traduzidas e expressas na forma da gestão da cidade. A ação cultural tem que contribuir para a superação das ilhas de desigualdades sociais, para o fomento, a criação e a manutenção dos espaços públicos ou privados, na forma do desenvolvimento econômico e na geração de renda. Todos são fatores importantíssimos para a formulação de uma política alternativa de cultura.
Um ponto é importante a ser discutido aqui é o artista local que na maioria das vezes é encarado como um tabu. Em primeiro lugar, creio que cabe a nós investir mais nestes artistas, não reforçando o balcão, mas dando maiores condições para ele se desenvolver artisticamente por meio de cursos de formação e da construção de uma expressão que o faça capaz de ler o local para atingir o mundo; que reforce mecanismos eficientes da difusão dos seus trabalhos, criando espaços públicos capazes de absorver as manifestações artísticas.
Tem um olhar errado e perigoso de ambas as partes; o poder público que trata o artista local com o mesmo critério da indústria cultural e o artista local, também com a mesma lógica do mercado. Isto é empobrecedor para ambos. Na verdade, há que se criar e reforçar o mercado cultural que é onde cabem todas as manifestações artísticas e que não o tem como produto e as manifestações culturais como uma mercadoria, mas o reconhece como expressão artística do indivíduo e da coletividade e o vê como importante para o desenvolvimento da cidade. Assim o reforça enquanto artista da localidade e por meio da circulação e difusão estará criando condições para que a cidade seja um local multiplicador, de muitas caras. Artistas da indústria do entretenimento para mim são os grandes eventos.
Não dá mais para se ter uma política de cultura voltada somente para as belas artes. Deveríamos pensar em um órgão que tivesse a preocupação com o desenvolvimento humano, com a articulação de políticas que também se interessassem pelo meio-ambiente e pela cidadania. Ai sim, com certeza, estaríamos agregando novas aspirações, bem como englobando todas a formas de criação humana e natural. A sociedade cria à toda a hora novos procedimentos. Ela é dinâmica e essa novas culturas provocam um outro olhar. Normalmente, nossos órgãos de cultura não conseguem acompanha-las, e poucos a admitem; elas não estão suficientemente vivas para serem surpreendidas porque, na maioria das vezes, as instancias de culturas são autoritárias.
Eivadas de uma prepotência tamanha acabam se distanciando da sociedade, usam a política de cultura, muitas das vezes, para servir aos seus interesses, sem funcionar como estimuladoras da criação cultural e da organização da sociedade.

Fotos - Apresentação do Grupo de Fotografia no Ifoto

Convite Olhar Ser-Ver-Luz no Ifoto

Quem Somos

Serviluz Sem Fronteiras

Coletivo Fotográfico

Olhar Ser-Ver-Luz

Elaboramos o Projeto Olhar Ser-ver-luz, porque é importante proporcionar à comunidade um primeiro contato com a arte da fotografia.

Olhar e ver são ações absolutamente distintas. A primeira é meramente superficial e mecânica, já a segunda é ato profundo e consciente. Geralmente olhamos, raramente vemos, pois estamos acostumados com o mundo que nos rodeia. Para se ver é preciso olhar cada coisa como se fosse à primeira vez, sem refletirmos os conceitos e formas que trazemos dentro.

Desenvolvendo um olhar fotográfico, aumentando a percepção pelas coisas que nos rodeiam, visando uma valorização e uma maior participação na comunidade e uma preocupação com os problemas sociais existentes.

Trabalhamos ainda por promover um contato com a arte e a cultura, estimulando os alunos a um auto-desenvolvimento artístico pessoal.

A fotografia documental, é a nossa porta de entrada, tem como proposta narrar uma história por meio de uma seqüência de imagens. Com sua especificidade centrada na aliança do registro documental com a estética, ela assume a função de fazer a mediação entre o homem e o seu entorno. É, portanto, problematizadora da realidade social, e ao mesmo tempo, reivindicadora de um modo próprio de expressão. A fotografia do Olhar Ser-Ver-Luz vem trazer à tona cenas do cotidiano, faces desconhecidas, problemas sociais e lugares distantes.

A fotografia é tanto uma ciência quanto uma arte e é isso que a faz tão apaixonante. Afinal, é através desta ciência maravilhosa, tendo como instrumento a máquina fotográfica, que podemos revelar as mais diferentes formas de arte; rostos, expressões, fatos, cotidiano, natureza, histórias, ela pode chocar, divertir, instruir, revelar sentimentos, registrar detalhes com precisão e velocidade, podendo servir tanto ao bem quanto ao mal, e isto é uma responsabilidade do fotógrafo e o devido filtro do observador.

Os olhos de um fotógrafo vão muito além da lente, sua visão de mundo é abrangente e ao mesmo tempo detalhista, consegue de forma criativa mostrar o que realmente é a arte de fotografar.

Problema da comunidade:

Falta de contato com movimentos de arte, cultura e linguagem da fotografia.

Por Quê?

Faltam cursos, oficinas e eventos que chamem a atenção da sociedade para os problemas de sua comunidade, ligando-os mais diretamente aos mesmos e sendo de fácil acessibilidade à população, não só na área da fotografia, mas também em várias outras áreas artísticas e culturais.

O que isso acarreta?

No mundo em que vivemos, atravessamos um processo de mecanização das relações entre as pessoas o que acarreta:

Uma falta de reflexão em relação aos problemas da comunidade, e uma falta de conscientização e percepção pelo mundo que nos rodeia.

Marginalização e Subdesenvolvimento em relação as linguagens artísticas e culturais.

Desinteresse de aprender, dificuldades para ampliar o conhecimento e necessidade de se adaptar rapidamente ao um mundo cada vez mais globalizado.

OBJETIVO INICIAL

Promover a percepção dos participantes em relação a fotografia e a cidadania.

PARA QUÊ?

Para despertar o interesse em relação aos problemas sociais, e as linguagens artísticas, culturais, fotográficas e visuais.

COMO?

Através do contato e a experiência com a fotografia (fotos que abordem questões sociais), após discussões e dinâmicas de grupo já selecionadas, previamente discutidas entre a equipe educacional.

OBJETIVO COMPLETO

Nosso projeto promove um primeiro contato com a arte da fotografia, desenvolvendo atividades que enfoquem problemas sociais, pois com a ferramenta da fotografia é possível desenvolver uma percepção maior do mundo que nos rodeia, bem como promover uma conscientização e reflexão inicial, sobre o assunto cidadania.

FOCO DO PROJETO

Fotografia, Reciclagem, Audiovisual, Arte, Cultura, Lazer, Literatura, Atividades de Utilidade Coletiva e Inclusão Social e Digital.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Criar acervos de fotos (PB) e coloridas da comunidade, conscientizar os alunos sobre o que é cidadania, desenvolver através das fotos as mais variadas questões sociais, e promover ao fim ao fim de cada oficina, exposições, divulgando a arte da fotografia em todas suas formas.

METAS QUANTITATIVAS

Esperamos alcançar como resultado desse projeto, a implantação definitiva de um curso, no qual, nossos alunos, agora sejam colaboradores/coordenadores do novo curso.

Com isso, esperamos aumentar a experiência destes na área da fotografia e cidadania, bem como aumentar vossa qualificação profissional.

Está em nossos objetivos também, promover inicialmente uma exposição no local abrangido pelo projeto, posteriormente sendo levada, aos demais centros culturais da Cidade e arredores.

Através do curso promoveremos ainda, nas escolas em volta da comunidade, oficinas/ exposições para uma maior divulgação e maior contato do projeto com a comunidade.